Palestrante:
José Mariano Rebelo Pires Gago: é um físico
de partículas e político português. Sua formação inicial é em Engenharia
eletrotécnica, pelo Instituto Superior Técnico (Universidade Técnica de
Lisboa), em 1971. Seu doutorado é em Física, pela Universidade de Paris, em
1976. Realizou diversas atividades vinculadas a instituições de pesquisa, como
por exemplo, no Laboratório de Física Nuclear e de Altas Tecnologias da École
Polytechnique e na Organização Europeia de Pesquisa Nuclear (CERN). Assumiu
diversos cargos governamentais relacionados ao meio científico e tecnológico.
Além de todas essas atividades, é professor catedrático do Instituto Superior
Técnico.
Fonte: Wikipédia
Em
sua palestra, o professor José Pires Gago comentou sobre como ocorreu o
surgimento do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN). As ideias para a
criação do CERN aconteceram depois da II Guerra Mundial, depois que acabou a
chamada “segunda guerra nuclear”. Nesta época de pós-guerra, a Europa
encontrava-se destruída e era necessário reergue-la.
A
situação das pesquisas científicas e ciência fundamental realizadas na Europa
eram muito antiquadas em relação ao restante do mundo. Para reverter tal
situação, um grupo de cientistas e políticos visionários imaginaram um
laboratório de física sem aplicações militares, o que permitiria o encontro de cientistas
de diversos lugares, visando construir a união europeia.
Inicialmente,
a ideia de criar uma organização deste gênero partiu por um americano, Robert
Oppenheimer, o qual defendia a ideia de que a Europa não poderia depender dos
Estados Unidos ou da URSS para fazer ciência fundamental, logo, necessitava que
toda Europa se juntasse para construir tal organização.
No
final do ano de 1949 – 4 anos após o final da II Guerra mundial – durante a
Conferência Europeia da Cultura, mais precisamente em Dezembro de 1949, foi
feita a primeira proposição oficial da criação do laboratório por ninguém menos
que o Prêmio Nobel francês Louis de Broglie.
Em junho de 1950, durante a Quinta Conferência da UNESCO, em Florença - Itália,
o Prêmio Nobel de Física Isidor Rabi apresentou uma proposta na qual dizia que era preciso
construir um grande laboratório de ficção científica para unir as pessoas e a
Europa. Um fato curioso, Niels Bohr e posicionou contra a construção deste laboratório,
pois isso faria com que as pesquisas ficassem focadas na Europa.
Depois
de muitas discussões, o diretor da UNESCO (Pierre Auger !!!!!)
em uma reunião em dezembro de 1951 decretou a criação do laboratório: Conseil
Européen pour la Recherche Nucléaire (Conselho Europeu para Pesquisa
Nuclear). Dois meses mais tarde onze países assinam um acordo estabelecendo o
conselho provisório. Tinha nascido o acrónimo CERN.
Em julho de 1953, durante uma convenção
do Conselho Europeu para Pesquisa Nuclear doze países assinaram um termo de
países fundadores, sendo estes: Bélgica, Dinamarca, França, Grécia, Itália,
Noruega, Holanda, República Federal da Alemanha, Reino Unido, Suécia e
Jugoslávia.
Quanto
ao local de construção do grande laboratório, a escolha pela Suíça deu-se devido
ela possuir uma das melhores reservas técnicas pós-guerra. Mesmo com seu inicio
em terras suíças, o CERN foi estendido para a área francesa. Em seus primeiros
anos de construção, baseou-se em inovações por Prêmios Nobeis, contando também
os melhores engenheiros e técnicos da Europa.
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