Palestrante:
José Carlos da Silva: É técnico e investigador do LIP
(Laboratório de Instrumentação e Física de Partículas)
O
professor fez inicialmente uma breve apresentação da “organização CERN”,
ressaltando que no ano de 1949 teve-se a primeira tentativa de cooperação civil
em Física Nuclear, sendo que em 1952 teve-se a criação do CERN (Conseil
Européen pour la Recherche Nucléaire) sob a autorização da
UNESCO. Inicialmente, foi fundado por 12 países Europeus, sendo que hoje possui
20 países membros.
Há
cerca de 9000 utilizadores, dos quais 2246 são funcionários (base no ano de
2009), com um custo de aproximadamente 900 milhões de Euros. Atualmente, quase
10000 institutos espalhados por todo o mundo utilizam o CERN, como pode-se
observar na figura abaixo.
Fonte: Apresentação do professor Dr. José Carlos da Silva
Ao
total, o CERN possui 19 laboratórios, sendo realizado nestes 191 projetos além
do LHC, ou seja, o Centro Europeu para Pesquisa Nuclear é muito mais que o LHC.
Tudo começa no LNAC 2, onde os prótons são acelerados e são enviados para
vários experimentos diferentes. Por exemplo, recentemente ouviu-se na mídia que
foram encontrados neutrinos que viajavam mais rápido que a luz. Estes neutrinos
super luminais saem do LHC e seguem para uma universidade em Roma – Itália.
Logo, pode-se dizer que o CERN nada mais é que um conjunto de experimentos que
está localizado a 100 km de profundidade da superfície, possuindo um túnel com
27 km de perímetro, sendo este o componente básico do LHC.
Fonte: Apresentação do professor Dr. José Carlos da Silva
Este
túnel é composto de aproximadamente 9000 magnetos supercondutores, responsáveis
por curvar a trajetória das partículas carregadas que se deslocam em seu
interior. Para simular o melhor possível às condições iniciais do Universo, é
utilizado ao longo dos 27 km deste túnel hélio liquido que deixa o ambiente a
uma temperatura de 2 K (cerca de – 271 ºC). A corrente elétrica alcança cerca
de 7000 ampers (14 TeV) e conta com 1232 dipolos e 392 quadripolos.
Uma
curiosidade, cada dipolo custa em torno de 1 milhão de dólares – é por estes
dipolos que cada feixe “se movimenta” em direções paralelas, sendo que os feixes são cruzados nos
experimentos (Atlas, Alice, LHCb e CMS).
Túnel por onde são
guiadas as partículas carregadas.
Fonte: Apresentação
do professor Dr. José Carlos da Silva
Comentando
um pouco sobre os quatro grandes experimentos localizados no LHC, sendo que
aqui no blog farei uma postagem separada para descrever cada um dos
experimentos.
Em
todos os experimentos do LHC, as partículas são aceleradas no longo túnel com
velocidades que correspondem a cerca de 99,999991% a velocidade da luz no
vácuo. Quando de chocam, as partículas apresentam condições semelhantes à do
Big Bang, criando novas partículas que são registradas pelos diferentes
detectores presentes nos experimentos.
O LHC
possui um projeto de computação financiado pela União Europeia. Chamado “GRID”,
nada mais é que uma grande infraestrutura de computação de última geração que proporciona
registrar e analisar a grande quantidade de informações geradas de forma
intensiva. Esse projeto tem um caráter colaborativo internacional que consiste
em uma grade baseada em rede de computadores com conexão em 140 centros de
computação em 35 países.
O globo metálico
ilustrando a Worldwide LHC Computing Grid (WLCG), no Centro de Computação CERN
Além
desses projetos, as experiências do LHC possibilitaram uma grande evolução na
tecnologia de aparelhos eletrônicos. Uma vez que não se encontram em nenhum
lugar os equipamentos utilizados nas experiências, os técnicos tiveram simplesmente
que inventá-los!!! Isso mesmo, boa parte dos componentes que compõem os
experimentos são pensados e criados no CERN. A partir disso, algumas
tecnologias e aplicações para elas apareceram no LHC, como por exemplo, a tecnologia
de supercondutividade.
A
apresentação do professor José Carlos da Silva pode ser encontrada neste LINK.